“If we knew what it was we were doing, it would not be called research, would it?”
Albert Einstein
TL;DR: Notas e recomendações de leitura sobre assuntos relacionados às neurociências, biologia e outros interesses de pesquisa. (última atualização: set/21)
Evolução do cérebro e da cognição
A questão que eu busquei responder no meu doutorado foi, bem resumidamente: “pra que serve ter mais/muitos neurônios?”. Uma hipótese é de que mais neurônios permitem mais flexibilidade comportamental. Minhas conclusões tentativas estão na minha tese. Hoje, tendo a achar que existem jeitos de explorar a questão com simulações (algo que um colaborador está tentando fazer). Embora eu esteja um pouco afastado do campo, quando eu retornar, meu ponto de partida conceitual serão os papers da Corina Logan.
(falta de) Teorias em biologia
Um físico que eu conheço costuma dizer que muitos papers em biologia era mera “coleção de selos”. Eu consigo pensar em exceções, mas não sei se consigo discordar da afirmação de modo geral. Minha impressão é que as ciências biomédicas realmente não ligam muito para construir modelos teóricos ou responder grandes perguntas. Pode ser só que física é mais fácil (elétrons e forças fundamentais são mais simples do que vias metabólicas e cérebros). Ou vai ver eu não encontrei as pessoas que fazem biologia com bases teóricas bem explícitas. Recentemente, tenho pensado se as razões pra isso passam pelo modo como a gente se organiza pra fazer pesquisa.
O argumento não é meu, tem gente falando há tempos sobre como biólogos não sabem consertar rádios, neurocientistas não entendem computadores e como a psiquiatria precisa de mais teorias. Acho que a gente precisa pensar mais sobre as nossas estratégias pra entender as coisas (e consultar também a galera da filosofia que já faz isso há anos).
Neuroeducação
Eu me familiarizei amplamente com a literatura de neuroeducação ao longo dos anos, por conta de um curso que eu ofereço de vez em quando, via Instituto D’Or. O resumo da minha opinião é que tem muito mais palha do que agulhas em neuroeducação, tem também muita psicologia e pouca neurociência. Eu já escrevi sobre isso (embora não exatamente sobre educação). Esse livro é o meu favorito sobre o assunto.
ABMs, redes complexas e cientometria
Eu também sou fã de modelos computacionais, especialmente modelos baseados em agentes (ABMs). Se isso interessa, recomendo dar uma olhada nos artigos do Joshua Epsteinou do Paul Smaldino, esse curso no Coursera e também baixar o NetLogo e brincar.
Pra redes complexas, recomendo o livro do Albert-Lazlo Barabási como introdução teórica. Pra analisar redes, minha tendência é ir de igraph e Cytoscape.
Pra cientometria, softwares que eu acho úteis são o pacote R bibliometrix e o VOSViewer.